quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Educação “não presta!”

A educação não presta. Tudo bem, é mundialmente sabido que a educação gera e propaga o saber, mas qual é a utilidade deste saber? Sim, eu sei que existem uns tolos (até porque, são uma minoria) que pensam que o saber e a educação são importantes (e acham-se no direito de assim pensar, só porque possuem aproximadamente 99% de toda a riqueza do planeta) e por isso os possuem. Pensem comigo: Porque alguém que pode ter uma bela profissão que é trabalhar em caixas de supermercado, ou ser um “homem-da-limpeza”, vai querer tirar um curso superior (informática, por exemplo) e ter a chance de se tornar num dos homens mais ricos do mundo, como o Bill Gates? De certeza que se ele tivesse desistido da faculdade e tivesse ido trabalhar como caixa do “Pingo Doce”, ele seria hoje um homem mais feliz e com maior estabilidade financeira. Ainda se um curso superior nos ajudasse a desenvolver o nosso país… aí, talvez, se justificasse tirar um curso superior, mas também é sabido que os países mais desenvolvidos são aqueles com menos cursos superiores (Chega a ser um absurdo descomunal comparar o Paraguai com a Finlândia. Pobre Finlândia, não tem hipótese). Outro aspecto se levar em conta, é que a democracia seria ainda mais justa sem escolas e faculdades e nós nunca estaríamos sujeitos a regimes autoritários.
Em Suma, o que vos digo é que a educação não presta e que nenhum de vós deve ir a escola, e que, caso vá, jamais tire um curso superior. Afinal, não queres viver mal como o Bill Gates, e, sim, bem como a senhora Maria, do “Pingo Doce”.

A Guerra: Os propulsores da evolução?

É sabido, que as guerras sempre geram muitas desgraças às pessoas, às cidades, às economias etc. Porém, um factor que é facilmente ignorado quando contemplada a vastidão das consequências da guerra, é o aspecto de impulsionamento ao desenvolvimento tecnológico. Pretendo então, através deste texto, dar a conhecer e desenvolver este aspecto positivo da guerra, que tão importante foi (e é), para o nosso desenvolvimento tecnológico.

Em primeiro lugar, há que se entender: “Por que a guerra motiva o desenvolvimento tecnológico?”. Isso é muito simples de se entender. Em primeiro lugar, há que se lembrar que a ciência parte de um problema, uma necessidade. Depois, como é sabido, momentos de guerra, são situações extraordinárias, em que tantos civis quanto militares podem ficar privados de alimentos (o que explica o surgimento de produtos como a “comida enlatada”, que gera uma maior conservação do alimento permitindo a criação de um maior stock de comida que dure mais tempo.); após batalhas, pessoas que não morrem, podem sair feridas, o que por sua vez impulsiona o desenvolvimento de técnicas medicinais como vacinas etc., de modo a permitir uma volta dos militares para os campos de batalha o mais rápido possível; a necessidade de se ganhar a guerra, faz com que questões monetárias ou éticas sejam postas de lado, que poderiam ser barreiras ao desenvolvimento tecnológico/científico, o que acabou por causar a evolução da astronáutica, o surgimento do computador e da Internet etc., durante a Guerra Fria. Todas essas necessidades, acabam por gerar uma série de produtos auxiliares às guerras, mas que no pós-guerra não perdem sua importância, e acabam por ser integrados ao quotidiano de civis.

Óbvio é, que estamos a falar de guerras, e os aspectos negativos continuam a existir, mesmo no que diz respeito à tecnologia. O principal aspecto negativo do desenvolvimento tecnológico referente à guerra está relacionado intimamente com a evolução bélica (a fim de ilustração, ao fim da Primeira Guerra Mundial o número de casualidades foi de cerca de 20 milhões de pessoas, ao passo que, cessada a Segunda Guerra Mundial, o número aproximado de casualidades foi de cerca de 70 milhões, tendo durado somente 4 anos a mais que a anterior.); e um factor impulsionador destes números, e da evolução bélica, tem a ver com ignorarem a ética, por se estar em guerra, o que levou ao surgimento de metralhadoras, aviões bombardeiros, mísseis, armas químicas e armas atómicas.

Neste momento, ao avaliar os aspectos positivos e negativos da guerra, temos que considerar a seguinte questão ética (que os cientistas ignoram diversas vezes): “Tudo o que podemos fazer, deve ser feito?”. A questão é mais profunda do que aquilo que aparenta. A partida, parece-nos que pode ser simplesmente respondida por um “sim” ou “não”, mas tal não se procede. Há que se pesar questões como: “Podemos mesmo travar o desenvolvimento humano?”, “Se tivéssemos sido impedidos de forjar espadas, teria a vida em sociedade se tornado possível?” contra “Não existem outros caminhos para o desenvolvimento?”, “Precisamos mesmo destruir para evoluir? E se sim, precisamos mesmo continuar a evoluir?”. Todas essas questões são muito legítimas, e é bem difícil confrontá-las, pois temos que (num primeiro momento) primar ou pela ignorância, ou pela destruição. Mas eu discordo deste ponto de vista. Assim como Orwell, considero que a evolução vai ser tamanha, que “Guerra” (No caso, forte poderio bélico) vai significar “Paz”, pois para não destruir o planeta, os países não entrarão em guerra, e assim como Orwell, meu maior medo da evolução da tecnologia não é a destruição, e sim a perda de liberdade. Com tanto avanço em câmaras de vigilância, TV, satélites e na velocidade da comunicação, que já quase nem podemos fazer coisas em privacidade, e um dia isso talvez venha mesmo a ser impossível. Mas ainda assim, continuo a não ser a favor de por limites à tecnologia e à ciência.

Numa avaliação geral de avanços a tecnológicos devido à guerra, podemos citar como negativos, única e exclusivamente armamentos. Desde armas de fogo, a armas químicas, e a armas atómicas. Já no que diz respeito a avanços tecnológicos positivos, temos uma grande lista que inclui: Comida enlatada (permite um maior stock), evolução na aeronáutica (chega-se mais rápido aos sítios) e na astronáutica (não só foguetões, mas também satélites, que são essenciais para as telecomunicações), surgimento dos computadores e da Internet (sendo ambos antes exclusivos ao governo estadunidense), penicilina em doses industriais (facilitando a cura de doenças), sopa em pó, energia atómica (que apesar de ter surgido como armamento, hoje é canalizada para produção de energia, o que é bastante positivo, por ser uma alternativa face aos combustíveis fósseis, que estão em extinção, principalmente a energia atómica proveniente da “fusão”, que utiliza átomos de hidrogénio e acaba por ser “renovável”), a evolução da indústria química (conduzida pela criação de armas químicas), a criptografia (a clássica remonta ao tempo dos Romanos e de Julius Caesar, e a moderna remonta à Máquina Enigma, da Alemanha Nazi), as microondas etc.

Numa infinidade de avanços, surge a principal dúvida: “Podemos nós, considerar a guerra algo positivo?”. Na opinião, considero que sim.

Foram as guerras protagonizadas por nossos antepassados que permitiram grandes surtos de evoluções, que nos permitiram chegar até onde estamos, tecnológica e politicamente, pois talvez se não tivéssemos tido as terríveis guerras mundiais, nós estivéssemos hoje a afundar em guerras e mini conflitos entre diversos países vizinhos, talvez em busca de novas fronteiras, ou de escravos, e a relação civilizada entre países (existentes somente pelo facto de a destruição massiva ter sido experimentada duas vezes seguidas), não existiria. Mas não, isso não quer dizer que eu seja a favor de que se façam guerras, mas defendo sim, o facto de que as que se sucederam até hoje geraram o nosso estado actual, e que sem elas, provavelmente mais pessoas teriam morrido até hoje.

E as guerras são, de facto, os propulsores da evolução.

Re-abertura

Após meses de inactividade, eu venho aqui informar-vos (meninas moscas) que o Sarau está oficialmente REABERTO.

E neste post de reabertura, venho recomendar à todos Moradores de (concelhos) Oeiras/Cascais, que acessem este site

http://www.cm-cascais.pt/Cascais/Viver/Cultura/Saiba_como/Agenda_Cultural.htm

e inscrevam-se para receber a Agenda Cultural de Cascais, que é bimensal, e traz sempre uma série de eventos (sendo vários deles gratuitos) que decorrem no concelho de Cascais dentro desses dois meses e que (se não me engano) são patrocinados pela Câmara.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ler é para Tolos

Escrevo aqui, como uma forma de apelo para que todos sigamos os espertalhões da actualidade. Sim, refiro-me aos que não leem. Certos estão eles... Ler para quê? Nós não ganhamos nada a ler, não nos divertimos, não evoluímos, não desenvolvemos, não criamos, não recriamos, e principalmente: não APRENDEMOS.

Espertos são aqueles rapazes e raparigas que ao invés de lerem um livro, vão andar de skate. e mais ainda são aqueles que sentem nojo só de olhar para livros...

Livros? Bobagem, o importante é aprender a engatar uma rapariga e não a história.



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Ao Som de: Pink Floyd - Eclipse

terça-feira, 15 de janeiro de 2008


"I look'd toward Birnam, and anon, methought, The wood began to move."

[William Shakespeare - MacBeth]

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

"eu vou me perder...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH"

"tens calma que não vai acontecer nada, vai correr tudo muito bem."

"mas... mas... mas..."

"não penses assim, se não aí é que corre tudo pro mal mesmo..."

"mas..."

"olha... tá na hora. boa sorte"


1 minuto depois

"então? como está a correr"

"bem, bem..."

7 minutos depois

"bheguei [sic], sa e salva, e sem saber!"

viu como afinal eu tinha razão?

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Uma homenagem à minha amiga blogueira

Igreja Católica Apostólica Romana, a criadora de Hitler

Igreja Católica Apostólica Romana, a criadora de Hitler


Adolf Hitler é considerado um dos mais sanguinários ditadores de toda a História mundial, e é lembrado, principalmente, por seu anti-semitismo e pela chacina a que submeteu os judeus. Problemas assim têm sempre uma origem explicada, e eu considero ter sido a Igreja Católica Apostólica Romana (à qual-, para fins de encurtamento do texto, chamarei somente “Igreja Católica”), a geradora deste problema.

Não digo que Hitler não teria existido enquanto pessoa, nem que talvez viesse a ingressar na política, mas talvez nunca viesse a ser um anti-semita e a cometer chacinas, sendo assim, é inegável a influência, ainda que numa correlação, da Igreja Católica em Hitler.

A questão é muito simples. O anti-semitismo — que era praticado por Hitler e seus seguidores, e é por todo o mundo condenado — já foi uma prática comum na História mundial, aceita por (quase) todos, e estimulada pela própria Igreja Católica durante a maior parte da sua história (tendo as relações entre Igreja Católica e judeus sido melhoradas somente durante o papado de João Paulo II, iniciado em 1978).

Alguns poderiam dizer que isto nada tem a ver com a acção de Hitler, já que este não era sequer Católico. O que seria uma falha grave, pois ainda que Hitler não fosse católico declarado, nasceu e viveu sua infância num país católico (o extinto Império Austro-Húngaro), foi criado por pais católicos e, ainda que possa ter rejeitado suas doutrinas, foi, de qualquer forma, influenciado pela Igreja.

A Igreja Católica passou séculos a criticar os judeus, e a estimular o mal trato a eles. Então quando aparece um homem querendo oficializar isto, a culpa é, por muitos, atribuída a autores como Friedrich Nietzsche, algo que é, no mínimo, ridículo, pois esses autores, como é o caso de Nietzche, não eram anti-semitas, e chegavam a repudiar tais ideologias. Se a Igreja Católica, por outro lado, não tivesse nunca sido favorável ao anti-semitismo, e de facto proibisse a prática do mesmo, muito provavelmente Hitler (e várias outras pessoas), nunca viriam a ter contacto com tais ideias/práticas e Hitler enquanto ditador, anti-semita e “chacinador” não existiria.

Poderia dizer-se, então, por exemplo, que o Socialismo não foi pregado pela Igreja, e mesmo assim aconteceram revoluções socialistas. Muito bem, faz sentido. Porém, o Socialismo (o original de Marx, e não o que foi difundido na Europa oriental no século XX) é uma forma de governo em que o egoísmo de cada pessoa é maximizado, e para atingir um estado decente de vida e agradável, ela luta pelos direitos de outrem, para que estes lutem pelos seus. Ou seja, é algo directamente benéfico a quem o pratica, enquanto, por outro lado, o anti-semitismo não passa de ódio puro e sem um fim próprio, de modo que sem um largo estímulo de uma entidade superior e controladora, dificilmente se expandiria.

Para além de tudo isto, é importante lembrar que o próprio Hitler encontrava a explicação para seu anti-semitismo (ou pelo menos a validação deste) na religião católica. E cito: “Enquanto cristão, eu não tenho o dever de ser enganado, mas tenho o dever de ser um lutador pela verdade e justiça” (referindo-se à ideia de que os judeus seriam os enganadores e que, ao matá-los, atingiria a verdade e a justiça.). Deve referir-se também a existência da Inquisição e a forma como esta influenciou Hitler.

Novamente, os que discordam poderiam dizer “Mas e a Primeira Guerra Mundial? E as guerras que sempre existiram?”. Bem, de uma certa forma na História, antes de Hitler, as guerras e matanças eram dirigidas a pessoas de certas nações, ou então, dentro de um mesmo país, a cidadãos cujos ideais fossem diferentes dos do governo (Revolução Francesa, por exemplo).

Entretanto, nas únicas vezes em que se perseguiram as pessoas pelas suas origens e/ou etnias (muçulmanos ou judeus, no caso) era a própria Igreja Católica quem coordenava essas matanças (exemplos: Cruzada, Inquisição,...).

Assim, vemos que a Igreja não só permitiu que o ódio anti-semita chegasse a Hitler (e a muitas outras pessoas), como também lhe deu ideias sobre o que fazer com ele. A Igreja que tanto nos “ensina” a amar, já ensinou também a matar e criou assim, aquele que é chamado o maior “anticristo” de sempre: Adolf Hitler.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Pascal, qual que?

Boas noites. Desculpem-me a demora para postar novamente, mas quis que o post do ano novo continuasse no topo durante uns dias (na verdade foi mais preguiça, mas falado assim fica mais gracioso).

Amigos e Companheiros de 11º E...

Quem não se lembra quando na última aula de MACS, o Stor Jasmin não conseguiu explicar direito o porque de o 11 sair mais frenquentemente que o 12 na questão das probabilidades?

Eu, com a ajuda do meu pai (que andava tão perdido quanto eu no tema), consegui desvendar o tal mistério.

Pra quem não lembra (e para os que não são da minha turma), a questão era: "Por que que é mais frequente o 11 no jogo dos 3 dados, do que o 12 se ambos tem 6 decomposições diferentes?".

A questão parecia simples uma vez que ambos números tinham 3 decomposições tendo ambas os 3 numeros distintos (tal como seria 6 + 5 + 1, por exemplo) e o 11 tinha 3 decomposições com 2 repetições e 1 diferente (3 + 3 + 5, por exemplo) e o 12 tinha 2 decomposições desse tipo, e 1 com 3 numeros iguais (4+4+4).

Logo, parecia ser "bah, é mais difícil tirar o 4+4+4, pq é dificil um numero sair 3 vezes seguidas no dado".

Mas isso, é um raciocínio incorrecto (a professora de Filosofia ficaria orgulhosa de mim agora).

no caso, a chance em que temos em tirar 4 + 4 + 4 nos dados, é a mesma que temos em tirar 4 + 4 + 3. Que seria de 1/216 (um sobre duzentos e dezesseis).

Porém, essa estátistica só é válida se a ORDEM DOS NÚMEROS, nos é relevante.

A partir do momento que a ORDEM dos números deixa de ser relevante, qualquer sequencia passa a ter a probabilidade de 1/112 (pois sequencias como 1+2+3 e 3+2+1 que estariam AMBAS inclusas na base "216", ficam excluídas com essa base).

assim, mais uma vez, se a ordem dos dados nos é indiferente, tanto nos faz se temos o 4+4+3 ou 4+3+4 ou 3+4+4. Enquanto que essa decomposição do número 11 tem 3 chances diferentes de sair no dado (o que faria com que a probabilidade de sair 4+4+3, NÃO NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM, subisse para 3/112), a decomposição 4+4+4 é única e sem variantes, o que limitaria a probabilidade a 1/112.

Perceberam?

Espero que sim =)

"Lá no cimo duma montanha, acendemos uma fogueira"

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Ao Som de: 03 Canto moço

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ano Novo

Venho, por meio deste blog, desejar-vos a todos um Feliz Ano novo.
Afinal, "Ano novo, vida nova", não é mesmo?
Pois a partir do dia 1 de Janeiro, as nossas vidas mudam drasticamente.
Já não comemos tanto como antes,
Já não bebemos tanto como antes,
Já não somos tão preguiçosos como antes,
Já não desistimos tão facilmente como antes,
Já não magoámos e sofremos tanto como antes.
É tão simples quanto isso.
É só dar meia noite do dia 31 (de dezembro) para o dia 1 (de... duh),
que a nossa vida muda drasticamente e nem parecemos as mesmas pessoas.
Aliás, este é o tipo de coisa que também só pode acontecer no dia 1 de Janeiro.
É que se tu querias começar uma dieta no dia 30 de Dezembro não conseguias, mas agora como já é dia 1, não precisas nem passar por um "desmame" de alimentação, pois já consegues comer só saladas.

Hipocrisia?
Penso que não. Penso que essa idéia de "Ano novo, vida nova" é-nos estimulada como uma forma de pensarmos que tudo vai melhorar. Nada mais é, que uma forma de enganar-nos de modo a contentarmos-nos com o que temos. "Ah, que miséria... mas não faz mal, ano que vem melhora tudo, simplesmente por ter mudado de ano."

Como já disse Oswaldo Montenegro, and I quote:

"A gente repete que quer mas não busca,
e de um modo abstrato se ilude que fez"

No mais, faço os pedidos de feliz ano novo para vocês, pois como diz meu pai
"para saber infringir uma regra, é preciso, antes, dominá-la"

Inspirado num texto da Ana
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Ao Som de: 01 - Roundabout

domingo, 30 de dezembro de 2007

Cazuza


Dizem que eu tô louco
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir
E me fingir de burro
Pra você sobressair

Dizem que tô louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

Dizem que tô louco
E falam pro meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê

[Minha flor, meu bebê - Cazuza]

Oswaldo Montenegro

"A nossa primeira antena é a palavra
Que amplia a verdade que assusta
E a gente repete que quer mais não busca
E de um modo abstrato se ilude que fez"

[Quebra-Cabeça sem Luz - Oswaldo Montenegro]


Oswaldo Montenegro é um músico brasileiro considerado
como "chato" por muitos(tendo sido chamado por odiadores
de "Kenny G" como o "Kenny G brasileiro" e por odiadores
de "Rick Wakeman" como "Rick Wakeman brasileiro").
Ainda assim, continuo a gostar dele.
Foi-me (não ele, mas a sua música) apresentado
durante a minha infância por meu pai. Ainda hoje gosto
de suas músicas, apesar de raramente as ouvir.
Mas peguei-me a ouvir hoje, e ao cantarolar uma das músicas,
apercebi-me de quão profundas são algumas das suas músicas.

Reflitam sobre os últimos 2 versos.

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Ao Som de: José Afonso - Coro da Primavera

O Mercador de Veneza




To bait fish withal: if it will feed nothing else, it will
feed my revenge. He hath disgrac’d me and hind’red me half a
million; laugh’d at my losses, mock’d at my gains, scorned my
nation, thwarted my bargains, cooled my friends, heated mine
enemies. And what’s his reason? I am a Jew. Hath not a Jew eyes?
Hath not a Jew hands, organs, dimensions, senses, affections,
passions, fed with the same food, hurt with the same weapons,
subject to the same diseases, healed by the same means, warmed
and cooled by the same winter and summer, as a Christian is? If
you prick us, do we not bleed? If you tickle us, do we not laugh?
If you poison us, do we not die? And if you wrong us, shall we
not revenge? If we are like you in the rest, we will resemble you
in that. If a Jew wrong a Christian, what is his humility?
Revenge. If a Christian wrong a Jew, what should his sufferance
be by Christian example? Why, revenge. The villainy you teach me
I will execute; and it shall go hard but I will better the
instruction.

[Shylock - William Shakespeare's The Merchant of Venice]

Tradução (de minha autoria, com ajuda do site Rosacruz )

Servirá de engodo na minha linha de pesca.
Se nada mais alimentar,
Alimentará minha vingança.
Cobriu-me de desprezo,e impediu-me de ganhar meio milhão.
Riu-se das minhas perdas,Desdenhou-se dos meus ganhos,
Desconsiderou minha nação,Opôs-se aos meus negócios,
Desanimou os meus amigos,Inflamou meus inimigos,
e por quê?
Porque eu sou um Judeu!

Um Judeu não tem olhos? Um Judeu não tem mãos?
Órgãos, Dimensões, Sentidos,
Afeições, Sentimentos?
Não é Alimentado da mesma comida,Ferido pelas mesmas armas,
Sujeito às mesmas doenças,Curado pelos mesmos remédios,
Aquecido e gelado, pelo mesmo Inverno e Verão,
Que um cristão?

Se nos picarem, Não sangramos? Se nos fizerem cócegas, Não rimos?
Se nos envenenarem, Não morremos?e se nos desonram,Não devemos nos vingar?
Se somos como vós em tudo, somos nisso também.
Se um Judeu desonra um Cristão,
Que faz o Cristão?
Vinga-se.
Se um Cristão desonra um Judeu, O que deverá o Cristão sofrer,
de acordo com o seu próprio exemplo?
Vingança.
A maldade que ensinas-me,Colocarei em prática.
Vai ser difícil, mas eu superarei o mestre.



Este monólogo, é tirado de um livro de Shakespeare ("The Merchant of Venice"), que virou filme (em 2004, e entra até o Al Pacino).
Vi esse filme hoje (29/12), e foi este monólogo a parte que mais gostei. Não só pela interpretação do Al Pacino (que eu não gostei dos detalhes das mãos), mas principalmente pelo texto em si.

Recomendo à todos o Filme que é ótimo de todo. Quer na história, quer no texto, quer nas actuações dos actores, quer nos figurinos e quer também, na fotografia.

Como bonus, deixo aqui o monólogo, extraído do filme, aonde o judeu Shylock é interpretado por Al Pacino, note-se que a legendagem é de minha autoria, e a tradução é a mesma que foi postada acima



sábado, 29 de dezembro de 2007

Bicicletas




Há pouco menos de um ano eu não sabia de andar de bicicleta.
Há pouco mais de 5 meses, eu não andava de bicicleta habitualmente...

Quão triste eu era e não sabia. Andar de bicicleta, um dos maiores prazeres que alguem pode ter, e era por mim desconhecido.

Se és daqueles que sempre tiveram medo de aprender e estão numa idade em que têm vergonha de fazê-lo, tenham antes vergonha em nunca vir a aprender, do que vergonha em aprendê-lo "tardiamente".

Tive umas boas quedas ao aprender a andar, e cheguei a rachar a tela do meu telemóvel. Cheguei a ver putos a andar de bicicleta e a rirem de mim que tinha dificuldades. Aliás, os meus glúteos doem às vezes, ainda hoje.

"Se valeu a pena?
Tudo vale apena..."

Hoje, não tem nada mais prazeroso a se fazer logo de manhã do que ir dar uma volta de bicicleta ouvindo música no mp3.

E foi o que eu fiz hoje de manhã,
e foi o que me motivou a escrever para vocês
todos.


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Ao Som de: JOSE AFONSO - Jara-ronda Das Mafarricas

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Intercâmbio Cultural - Brasil e Portugal

Ontem de madrugada, resolvi fazer algo que já queria fazer há tempos...
Sacar (Baixar) à net, algumas músicas (discos, preferencialmente) de Zeca Afonso.
Para quem não sabe (provavelmente os Brasileiros), Zeca Afonso foi um músico da chamada música de Protesto, em Portugal durante a época da ditadura Salazarista (Sim, no século passado Portugal também foi uma ditadura durante parte do século passado). É tido como um dos maiores (às vezes como o maior) representante do gênero em Portugal, e é tido, no geral, como um dos melhores músicos portugueses.

Um brasileiro a ouvir Música de protesto de um Portugues em plena democracia?
Estranho, não?
Nem tanto...

Ponto 1:A qualidade da música de Protesto não morre com o fim da ditadura, a sonoridade continua a ser boa e a ter belas letras.

Ponto 2:Ainda que tenham sido escritas em época de ditadura, algumas letras ainda hoje são actuais (talvez até mais actuais do que na época em que foram escritas), devido à esta pseudo-despotismo-travestido-de-democracia em que vivemos.

E já que a idéia, do blog, é a aquisição/desenvolvimento de cultura, falo aqui também de um dos maiores representantes da Música de Intervenção no Brasil, Chico Buarque. Mais facil de ser conhecido pelos portugueses, do que Zeca Afonso pelos brasileiros, suponho que muitos por portugueses desconheçam o facto de ele, Chico Buarque, ter sido representante de tal vertente musical (capaz, aliás, que nem alguns brasileiros saibam).

Através de músicas como "Cálice" e "Apesar de você" Chico Buarque atacava os militares e incentivava o espírito de revolta por parte dos brasileiros.

Assim, convido todos meus amigos a ouvirem músicas de Protesto.
Convido os brasileiros a ouvirem Zeca Afonso e os portugueses a ouvirem Chico Buarque.
Mas convido também os portugueses a ouvirem Zeca Afonso e os brasileiros a ouvirem Chico Buarque, pois ambos artistas de tamanha qualidade são, às vezes, posto de lado por seus conterrâneos e admirados por outrem.

Para facilitar vossas vidas, deixo aqui, para que façam o download, um disco de cada.


Zeca Afonso - Cantigas de Maio

Chico Buarque - Construção

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Ao Som de: 09 Verdes são os campos

Pintura - Van Gogh (Par de Botas)

Pintura... uma arte por muitos rejeitada, ou vulgarizada.
Ao olharem para este quadro aqui postado, não limitem-se a ver o óbvio, tentem ver algo mais, tentem ir além da imagem, tentem atingir o conteúdo. Enfim, reflitam

Em homenagem à este dia de natal, deixo aqui este par de botas de Van Gogh, que representam todo esforço feito por nós para chegar até aqui.





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Ao Som de: Zeca Afonso - Zeca Afonso - Filhos Da Madrugada

domingo, 23 de dezembro de 2007

A fórmula (matemática) da felicidade

Estive a discutir com a Joana sobre este texto e apesar de achar muito vago, resolvi postar, para que todos vocês repensem na sua forma de viver.
Sim, a vida é imprecisa e tentar 'matematicá-la', vai resultar em falha óbvia.
Porém, esta fórmula serve para mostrar-vos o caminho a seguir (ou parte dele), e para mostrar que as coisas não são tão complicadas quanto parecem

Note-se que a fórmula é bastante pretensiosa, e não contempla certos aspectos como, por exemplo, a Rotina.

A Fórmula (matemática) da Felicidade - Rodrigo Alencar

Felicidade (Tu) = Tu * Vida
Vida = 2 *Tentativas/Infelicidades
Tentar = 3*Acertos + 2*Erros
Infelicidade = Desistencias + Fugas + Medos + Arrependimentos
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Ao Som de: Quim Barreiros - O Sorveteiro

sábado, 22 de dezembro de 2007

Batata

Tendo dado início à producção de poesia, eu via-me querendo escrever mais.
Comecei então a me indagar o porque de o apelido/alcunha [br/pt] da minha, na época, mais nova amiga, ser Batata.
então, acabei por escrever este poema, o qual foi vandalizado pelos comuns que acham que se refere somente à batata enquanto comida e não percebem que na verdade, como qualquer coisa, a batata tem inúmeras facetas/interpretações

Batata - Rodrigo Alencar

Batata
Frita, Assada
cozida ou dorada
tantas formas de comer

mas não é este o seu limite
para o médico, é a da perna
para o filósofo, uma questão existencial,
entre o sabor e sua origem
para o agricultor... é apenas o seu pão
e pro amante é fonte de paixão
mas pra mim, só se for depois das oito

Frita, assada
cozida, dorada
corpo, mente
vida, gente

mas no fim...
é só batata

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Ao Som de: Elis Regina - Menino das Laranjas [The Orange Selling Boy]

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Crónica por um Amigo

Ao mostrar o meu recém criado blog à um amigo, não surpreso fiquei, em ter recebido como resposta (pralém de seu comentário), o link para o dele.
Surpreso, de facto, fiquei ao ler o texto.
Uma obra prima fenomenal.

ainda que o título seja "12 de outubro" (dia das crianças no Brasil), o texto é válido para a época do natal também.

12 de Outubro - Rodrigo Luciani

Qual foi a criança que não ficou puta com seus pais nessa data?
Certamente que não fui eu.

É sério. Desde que me entendo por gente, lembro dos dias Da Criança que passei, e não foram só esses. Podem ser incluídos Natal e Aniversário. Incluídos no quê? Nos dias em que sempre fiquei puto.

Puto com o quê? Porra, pára de fingir que nunca foi criança, e em um dos poucos dias em que você espera anciosamente, aguarda como se fosse perdê-lo a cada noite, esperando o novo Super-Ultra-Mega-Power-High-Boneco-Articulado-Do-Batman-Com-Batmóvel, acorda nessa manhã, encontra aquela sua tia esquisitona que sempre falou coisas estranhas na sua presença e ganha... uma camiseta dez números menor que o que você veste. E a desculpa é aquela "Ah, mas você cresceu tanto..."

É chato isso.

É claro que você sempre teve mais tralhas do que o necessário no seu quarto, mas pô, a indústria voltada para os produtos infantis sempre lança algo totalmente revolucionário a cada semana, e se algum amigo conseguir o Super-Ultra-Mega-Power-High-Boneco-Articulado-Do-Batman-Com-Batmóvel dois minutos antes de você, você é um fracassado.

Isso não tem preço. Você vai passar dois dias, dois dias!, com um boneco, tempo suficiente para zoar seus colegas que não o possuem. Mas, como eles são putamente invejosos, vão comprar o mesmo boneco. Daí você tem que esperar o próximo Aniversário/Natal/Dia das Crianças para ter o novo modelo, que voa e faz exorcismos. Sua esperança está em cada centímetro de papel de embrulho vermelho caído ao chão, em que cada caixa revela apenas roupas, roupas e mais roupas.

Seu sonho está quase no chão, quando chega o seu Padrinho. O único que entende sua necessidade de se provar diante seus colegas. É aquele que lhe dá dinheiro e diz "Você já bastante crescido, então é melhor comprar o que achar melhor". Um sorriso brilha em seu rosto, mas é feriado, e você não pode sair para comprar o Super-Ultra-Mega-Power-High-Boneco-Articulado-Do-Batman-Com-Batmóvel na mesma hora.

Você precisa esperar. E é essa espera o tempo fatal. No dia seguinte, sua mãe agarra seu braço e leva você até uma loja, onde compra... mais roupas.

Ignorando todos os lamentos, todas os argumentos que você conseguiu pensar em menos tempo, e transforma o Super-Ultra-Mega-Power-High-Boneco-Articulado-Do-Batman-Com-Batmóvel em uma jaqueta que lembra um tecido usado para fazer guarda-chuvas. A pior parte é se ela enfia você dentro daquilo e manda pra escola.

Então, quado todas as suas esperanças já foram pro ralo, você encontra seus amigos, e vê que todos eles estão com jaquetas semelhantes e seus derivados. Nenhum deles conseguiu o Super-Ultra-Mega-Power-High-Boneco-Articulado-Do-Batman-Com-Batmóvel. É nessa hora que você fica puto com eles, porque todos eles decidiram comprar uma jaqueta igual a sua.

Hunf, essas crianças invejosas...



identificou-se com o texto? sim? eu também...
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Ao Som de: Gonzaguinha - Grito De Alerta

Cliché poético

Um dos maiores Clichés da poesia, é citar Vinícius de Moraes.
Mas eu não me importo.
Maior ainda é o cliché, caso a citação seja a que eu vou fazer agora.

Soneto de Fidelidade - Vinícius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Como bonus, deixo a versão deste poema em video e audio, sendo declamada pelo próprio Vinícius



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Ao Som de: Gonzaguinha - Um Homem Tambem Chora (Guerreiro Menino)

Ave Polga

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Ao Som de: Gonzaguinha - Comecaria Tudo Outra VezDou assim, início as minhas postagens com conteúdos reais.

Alguns, podem chamar-me tolo por gostar de futebol.
Outros, chamam-me tolo por gostar de poesia.
Muitos, chamarão-me tolo por fazer poesia sobre futebol.

Tolice ou não, até o mestre já fez poesia sobre futebol.


Foi este poema, que me lançou na arte. Foi este, que 'bolificou' (isto é, fez um bolo) a minha vontade em escrever, o meu gosto pro escrever e pela poesia.

Ave Polga
By Rodrigo Alencar

Os louros aos mágicos
é o que é feito.
mas a ti pretendo...
dar-te o que é teu por direito

no meio de tantos magos,
és tu, ó glorioso xerife,
és tu, quem com toda sua sapiencia
e força física,
impõe-te e ofuscas-lhes as mágicas

Há quem diga,
que de mágico nada tens
mas pra mim, o mago verdadeiro...
és tu
pois mais difícil que fazer
é, na verdade, desfazer
e isto... fazes como ninguém

Louvado seja Polga
por toda segurança ao Leão prestada
e por toda que prestada ainda há de ser


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Ao Som de: Gonzaguinha - O Que É, O Que É